14.11.08

Augusto dos Anjos

Versos borrados sobre a arte maculada de Augusto dos Anjos,
sobre os Versos Íntimos do mestre do orgânico.


Vedes? não fitaram o lastimável
Ruir da tua fírvula carcaça,
Nesta terra pútrida sois a caça
Do semelhante que se acha inefável.

.

Descança sobre o solo que te cabe!
A fera, que, na miserável terra,
espera. Entre homens, que urra e berra,
Entre homens e feras, qual é? não sabe.

.

Acende teu tabaco, faz - te chama!
O afago, irmão, prefacía a agressão,
O toque qua afaga é o mesmo que fere.

.

Se alguém a tua chaga 'inda interfere,
Esmigalha o afago desta mão,
Rasga o cárdio vão, que brada que te ama.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ainda acho o de Augusto de alguma forma mais mórbido.
Os dois são fortes, você sabe ser duro, não é meu bem?rs
Gosto do teu saber das palavras, de como as usa, e da força que deposita nelas.

Beijos e mais... e mais beijos!

Thais Michele Rosan disse...

Augusto é muito bom!!

Adorei o clima do blog.

beijos

Jana Lauxen disse...

Augusto dos Anjos reina.
Sou fã prá sempre.

:)