4.11.09

Vôo

Parece-me tão vívido, não obstante estar dormente, assim... como o vôo perene dos pássaros no fim da tarde, como o debruçar do sol sobre o lado de lá, como a sombra da árvore que a cada instante vai mais longe, no fim da tarde todos vão embora.
todos os pássaros, todos os cantos, todos vãos, e embora vãos, preenchem o silêncio em cada gota perdida, cada gota caustica de silêncio que corroe o algodão fino e gasto de mim, boracos n'um céu branco de algodão que não amortece nenhuma gota de garoa do fim da tarde, que não amortece nenhuma luminosiade dos astros que ao fim dos céus infartam um a um.


estrelas morrem como a tarde, sobre o vôo perene dos pássaros que sempre dizem adeus.


Silêncio murmurado das árvores, diz melhor que eu do estalo das asas dos pássaros sobre o lado de lá, sobre o sol que arde manso nos olhos ao morrer, deixa estar o silêncio das coisas em mim como um desses pássaros que sabem ser melhor estar do lado de lá.


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