Tenho alguns poucos minutos para escrever alguma coisa, arranco algumas palavras espurgadas da matilha dos meus surrados dentes, pensamentos de pelagem crespada e arredia, fogem por entre meus dedos e dentes. nunca fui muito das palavras, sempre as tive como um mal me quer sussurrado sob a testa, entre o quase trincar o vidro do silêncio com alguma palavra e o abster-se por preferir deixar passar... passou.
Meus minutos estão quase acabando, sempre tão tarde, mas tão cedo para minha insônia, mesmo sem ter pensamentos, mesmo sem ter um zelar em deixar tê - los, os olhos, como duas xícaras empreguinadas de café, permanecem, obstante de qualquer descanso, ativos e inimigos.
Ando aprumado em não ter idéias, ando perfeccionista em derrubar os livros da estante dos meus pensamentos, o por vir é o lobo mais distante da matilha, meu tempo de escrever já vai acabar... acabou.
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