21.12.09

A cerca das Horas.

- A cerca das horas. Meu chapéu maior que o círculo laranja do sol, a cerca das horas gastas com palavras atadas as dobras dos meus dedos, medos maiores que o círculo do meu chapéu, que o céu, que o sol, que o que sou, que eu. A cerca das horas, eu desenho uma linha borrada em cinza num canto escuro do ar, eu borro o céu de monóxido de carbono, eu borro qualquer palavra minha com o abandono da rouquidão que o queimar morno do trago me torna. a cerca das horas mastigadas e das dobras das minhas palavras gastas com a dança dos meus dedos, são todos medos maiores, desenhos menores que não se firmam fora dos arvoredos do negrume das últimas horas do dia, cuj'a mão fia, a minha, o que tinha entre os dedos e a boca, entre a alma oca e os medos, a cinza dos meus pensamentos como cobra desmanchada no céu, um véu entre as pontas dos dedos e as dobras, as dobras a cerca das horas.

_

Um comentário:

Arthur Meibak disse...

Acerca das horas, a cerca das horas.

Isso foi o que me veio à mente agora. =]

Abraço!