2.2.09

Espurgo

O ar grosso da manhã espurgada,
do urrar mais bestial do meu tossir.
despertar, e ao chão tornar a vir,
num asco de aurora regurgitada.

Tabaco odoriza na boca minha,
um cheiro forte e sujo de tristeza,
e na saliva eu guardo a riqueza,
que corrói a alma do homem, que a definha.

Sol, esta brasa douda e amarela,
vil, que consome a noite feito fera,
esfera em colápso e flamejante.

Vil, o rarefeito do meu instante
descansa, sob a luz, sentado a espera,
que o sol se esconda numa frágil vela.


.

Um comentário:

Annanda Galvão disse...

encontrei perdido por ai seu blog.
intenso! gostei muito!
parabéns!