7.12.08

A quem ?

A quem deflagras, a quem tu declamas,
A arte desfalecida da vivência?
A quem da monotonia reclamas?
A quem ergues a tua decadência?
A quem bradas, inutilmente chamas?
Tu e tua incoerente inferência,
Esta que com teu palavrear inflamas,
A quem teu inútil faz reverência?
A quem estas palavras que tanto amas,
São disparadas com tanta violência?
Por que despertas neste ar de demência,
Nesta terra que veemente proclamas?
Da incerta fortuna a qual embalsamas,
Escolhes o isto como preferência?
E da paz que pintas no barro, em lamas...
Q'o vento seca sem nenhuma ciência.
A quem falas, a quem invocas a esmo?
- Invoco ao etério, que faz - me eu mesmo.



Fiona apple - Drink's sound

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