7.12.08

Johann Wolfgang von Goethe

Uma afronte a Fausto...


~ Mater amorosa ~


(Na encosta esverdeada da muralha, a imagem
da Senhora dos amores, com jarras de flores a cercando.)

FLOR DE JASMIM, pondo perfume nas jarras:

Oh! não suma,
Senhora que a alma perfuma,
A graça desse olhar à minha certa sorte!

Com a espada na bainha,
O coração servo de uma rainha,
Contemplas, fervorosa, o teu Filho sob o norte.

Ergues a Deus o olhar,
E com teu suspirar
Pedes que o Amor seja mais que forte.

Quem sente
O ardente
Fogo a acender - me o espírito?
Como este pobre peito suspira,
Pelo amor que a alma cumprira,
A obrigação perfeita de ser vivo para o infinito!

Para onde quer que eu for,
Que cor, que cor, que cor...
Aqui, dentro de nós!
E, mal estou em mim,
Una - te a minha alma,
Sorrio, sorrio sem fim.

Os vasos da janela,
D'amor reguei.
Quando hoje de madrugada,
Com as flores de mim te cortejei.

E logo que ao nascer
O sol no quarto entrou,
Já disposto na janela
A sorrir me encontrou.

Guarda - me! livra-me da ausência, me conforte!
Oh! não suma,
Senhora que a alma perfuma,
A graça desse olhar à minha certa sorte!

Um comentário:

Adriano Queiroz disse...

Um afronte a Fausto, que peito hein.

Apesar de não ter me tocado, eu gostei, preciso ler mais.

Abraços.