18.11.08

Verlaine e Rimbaud

Ditos meus sobre os versos franceses ...


A lua branca
afaga o rosto das cousas.
acende tudo ao qual é,
e dentre o entrelassado das flores
me afaga uma voz que
a meus ouvidos não demora

Oh, minha senhora!



No espelho verde do rio,
se desenha em círculos trêmulos,
o traço noturno das flores brancas,
cáliçes curvos e servos
que ao vento reverenciam.

O nós que entre tu e eu caminham...


Como é precisa
a imperfeita luz da lua
nua e trepidante
que num instante faz do tudo, tanto
e do tanto, instante.

Do etério, o minuto mais importante.



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Ó estações, Ó castelos!
Ó armadura de ossos e peito nu!
Que alma é livre de máculas?

E li na folha rasgada
Que o amor na paz nunca faz morada.


Armadura de ossos e peito nu,
Que me cobra teu nome
Quando ouço o pássaro azul.


Ah! razão morta e bruta!
Num gole de vida, n'outro de Cicuta.
Tomou - me o tempo de hora em hora,
Este alento que tarta, tarta e demora.

Ó armadura de ossos e peito nu!

Quando tu partires de mim,
Nada restará enfim.

Ó armadura de ossos e peito nu!

2 comentários:

Adriano Queiroz disse...

És poeta formado!

Bravo!

Abraços.

Anônimo disse...

Nem sempre é preciso palavras, meu silêncio, meu olhar, meu sorrisinho de fechar os olhos.. ja deixam explicito o quanto te admiro, meu bem!

:*