23.6.09

Diamantes e ossos tortos

As horas dançam sobre os olhos, como crianças com os pés cheios de barro. contrai os ossos das mãos, como se fosse esmigalhar um diamante com um sorríso de trincar os dentes doentes. passos grossos de primata atacam os ouvidos do chão, murros agudos na terra, que trincam o silêncio pungente da rua. anda anda demônio das horas, com os olhos cheios de barro e a mão, dos ossos entortados de quebrar diamantes. sorrí com dor na força apertada nos dentes, nos ossos das mãos.


Parafusos e pregos mascados, o gosto da ferrugem corrompe o canto rasgado da boca, na rua enevoada dos tijolos tortos, o homem dos dentes tortos masca pregos e caminha aos tropeços, como se dançasse uma valsa morta, como se fosse uma criança eufórica com os pés cheios de barro, e gasta a pouca energia dos seus ossos até a exaustão, desmonta - se em um canto sujo próximo ao meio fio, e lá dorme como uma criança enfadada ao fim do dia, com seus pregos enferrujados guardados nos bolsos, com seus dentes quebrados guardados na boca.



A lâmpada do poste morre como que por diabrura, e a rua então some no meio do negrume.



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