6.4.09

Nau

As certezas trituradas num moinho,
as palavras destroçadas na moenda,
e desta arte, quanto mais se aprenda,
renda mór é, coser o ser sozinho.

o maço do cigarro já sem gozo,
as certezas pálidas, ao bagaço,
ao passo, a grama, a flor em estilhaço,
o brilho meu do aço silencioso.

o rasgado da nau branca no mato,
a Jasmim como esquadra naufragada,
como peça que era sem primeiro ato.

a certeza da hora é despedaçada,
como a intemperância da vida é fato,
a flor é vida enquanto perfumada.



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