Tropeça em suas pernas moles, amarradas aos céus, um marionete de vontades amarradas aos céus. os paralelepípedos o encaram, pois sim, que tem olhos as pedras e as cousas todas, já que existem por que não teriam olhos? e se enchergam, é uma fração tão certa do tempo, que não nos é permitido saber dos seus olhos perpiscazes e tão infantis. Os grandes postes, estes dos pés esfumaçados e das luzes ôpacas, estes também colocam palavras como besouros grandes na boca ao ver passar o homem dos passos tortos, e olham severamente de sua altura desmedida e concreta, o pequeno a tortuar-se sobre o chão e tossem de antemão as gotas disformes de carbono que produz com seus pulmões de um azul borrado e vil. As cordas que o amarram aos céus não lhe dão apoio, nem tampouco o conduzem a aqui ou acolá, apenas o prendem a uma obrigação de olhar sempre aos céus e de cambalear pelo peso das cordas sobre seu humano dorso, e vai, com o abstrato do mundo a lhe olhar torto e a falá - lo com besouros grandes na boca. vai a fumar seus cigarros e a sentir todo o peso dos céus nas costas, sem as gotas de piedade das pedras ou dos postes, com os pulmões mais azuis e vís que as gotas de fumaça podem fazer de morada. e quando as cordas e os olhos estão pesados demais, ele aspira a fumaça de seu cigarro e se solta das amarras do abstrato, se permite por alguns segundos encostar a ponta do nariz no molhado das nuvéns, e diz lá de cima, que apesar do céu está cinza do chão, está feio... lá de cima com o nariz gelado, não há nada mais alvo e certo que a nuvéns que o permitem sorrir.
The avett Brothers - Walking for you
Um comentário:
Tive duas sensações diferentes ao ler: uma que tinha alguém no céu olhando para baixo, e outra, alguém deitado olhando para o céu..
Bacana!
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