10.12.08

Plástico

Rostos catatônicos, cadavéricos, catastróficos... a cidade já vive toda a aparente festividade do natal, a criança com um saco de cola na mão,criança suja e descalça, que pára na frente do banco na avenida paulista, o banco todo enfeitado, com um enorme trêm e renas e presentes e cores e um papai noel com seu sorríso de plástico a tanger suas renas de plástico em direção ao céu azul de plástico dessa cidade de plástico.
A noite abafada e chuvosa, se pode ver os pontos luminosos em cada canto da cidade, nas árvores envoltas em lâmpadas brancas, nos letreiros de "boas festas" nas esquinas, a cidade guanhou um colorido luminoso além dos moteis e das letras dos ônibus,semáforos e dos prostíbulos. Rostos cansados,castigados, carcumidos... voltando para casa após mais um dia exaustivo e corrosivo de trabalho, emudecidos e abafados dentro de um coletivo de janelas fechadas, lá fora a chuva castiga os vidros, se vê o vento estourando as gotas grossas nas janelas, aqui dentro, um silêncio de plástico, de plástico como o colorido da cidade, como o saco de cola do menino descalço, como o colorido e as renas e o trêm e o céu cinza escuro e tempestuoso de plástico. é tudo um agigantar emoldurado de plástico. Boas festas.

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