Andemos, arte ingrata de supor...
dai-me a pena e as tintas deste grito
agudo e inflamado, mas tão finito,
qu'a chuva do existir desbota a cor.
caminhemos, arte vil de viver...
dai-me força e vontade, dai-me gotas
d'esperança, um par de paixões rotas,
e uma dúzia de sonhos p'ra ter.
corramos, arte vívida de amar...
pois tua vida é tão curta e perfeita
que macula e morre, se feita à andar.
paremos, e de vontade refeita
observemos, o azul do mar...
morrer, junto a tarde em lilás desfeita.
Ataxia - Dust
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