26.9.08

O mundo é a banca, a banca nunca perde.

Sentado com cinco cartas na mão e um punhado de outras sobre a mesa. o meu ódio do mundo como um jogo de cartas. mão boa, mão ruim... deito as cartas na mesa de face virada, fumo um cigarro e tento não jogar. o mundo sempre tem uma mão boa, o mundo sempre te faz jogar mais uma partida. o mundo te esfrega na cara que é preciso jogar. apaga o cigarro na palma de tua mão e te faz jogar mais uma mão. te dá um soco na cara como o valentão da escola e te chama com a ponta dos dedos pra briga com um sorríso de canto de boca. o mundo é a banca, a banca nunca perde. o mundo são os outros, e os outros tem tantas cartas, e você... só as suas cinco. Sentado, com cinco cartas na mão e um punhado de outras sobre a mesa, o meu ódio do mundo como um jogo de cartas.


Acender um outro cigarro e entrar no jogo, pedir mais uma carta...




Townes van zandt - Snake song

Um comentário:

Adriano Queiroz disse...

Gostei. Ficou encenável, imaginei algum ator falando estas palavras.
A questão é: se você gostar do jogo, as chances são maiores, se você não gostar do jogo imposto, fica mais difícil.
Eu te pergunto, dá para mudar de mesa? Ou o jogo é mesmo?

Abraços.